fonte: blog da CET SP
12/04/2012 às 11:34
No segundo semestre de 2011 a CET-SP efetuou coletas de dados, em oito cruzamentos da região central, onde através de contagens verificou-se que apenas 0,3% dos pedestres sinalizam com o gesto o desejo de realizar travessia.
A partir destes dados realizou nova pesquisa com o objetivo de conhecer os motivos que levam o pedestre a não utilizar o gesto do pedestre – sinalizar com o braço o desejo de realizar a travessia, em faixa de pedestres não semaforizada.
Inicialmente foi verificado o percentual de pedestres e condutores que tinham conhecimento da campanha da Prefeitura de São Paulo e Cet-SP sobre a utilização do gesto, conforme quadro a seguir:
PERÍODO DA PESQUISA
|
% DE PEDESTRES QUE TIVERAM CONHECIMENTO DA CAMPANHA
|
% DE CONDUTORES QUE TIVERAM CONHECIMENTO DA CAMPANHA
| |
20 a 24/05/11
|
48,1%
|
57,3%
| |
11 a 15/07/11
|
61,2%
|
77,6%
| |
17 a 25/08/11
|
76,8%
|
90,5%
| |
09/10 a 04/11/11
|
77,1%
|
83,6%
| |
30/03 a 03/04/12
|
66,9%
|
84,4%
|
Dos 402 pedestres entrevistados, 243 (60,4%) apresentaram razões objetivas para não fazerem o gesto, 117 (29,1%) alegaram não sentir qualquer dificuldade em fazer o gesto e 42 (10,4%) não deram respostas condizentes com pergunta.
Dos 243 pedestres entrevistados que alegaram motivos para não fazer o gesto, observou-se que 135 deles (55,6%) disseram se sentir inseguros com relação à atitude a ser tomada pelos motoristas, ou seja, julgam que os motoristas não irão respeitar o gesto, ou não sentem confiança que os motoristas vão parar, além de outros motivos.
O quadro, a seguir, ilustra todos os motivos apresentados pelos pedestres para não fazerem o “gesto de mão”.
Motivos alegados pelos pedestres
|
Relatos
|
%
|
Sentem-se inseguros em relação à atitude do condutor
|
135
|
55,6%
|
Desconhecem a campanha do “gesto de mão”
|
79
|
32,5%
|
Falta de hábito
|
11
|
4,5%
|
Fez, mas não deu certo
|
9
|
3,7%
|
Não vê importância
|
6
|
2,5%
|
Timidez ou vergonha
|
3
|
1,2%
|
Foi questionado, também, aos pedestres com qual frequência se utilizavam do “gesto do pedestre” para demonstrar seu desejo de travessia, onde 69% dos pedestres responderam “nunca” terem feito o gesto, conforme gráfico a seguir:
O motivo alegado pelos pedestres de não sentirem confiança no condutor e por isso o fato de não fazerem o gesto do pedestre, deve ser seguido de orientação de educação de trânsito: o pedestre, antes de se posicionar na faixa para fazer a travessia e acenar com o braço, deve calcular a distância e a velocidade com que o carro se aproxima. Assim que verificar que o veículo está a uma distância e velocidades que o permitam fazer o “gesto do pedestre”, o mesmo deve ser feito como uma exigência do direito à preferência de travessia na faixa. Além do que, o condutor que habitualmente não para irá começar a perceber o pedestre e a respeitá-lo. A preferência de travessia em faixa não semaforizada é do pedestre, um direito a ser exigido por ele e respeitado pelo condutor.
Lilian Rose Freire - Administradora de Empresas - Gestora de Trânsito - CET SP, trabalha com pesquisa de comportamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário